Publicado em: 07/03/2022 17:38:42
Pesquisadores da UNIR
Cinco docentes-pesquisadores da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) foram selecionadospara bolsas de Produtividade em Pesquisa (PQ) na chamada universal 2021 do CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, que teve o resultado final divulgado no mês de fevereiro.Três deles tiveram as bolsas renovadas e dois foram inseridos no sistema.Além dos aprovados, há também mais duas professoras que foram selecionadas em anos anteriores, totalizando sete pesquisadores PQ/CNPq na UNIR atualmente.
O objetivo das bolsas, conforme explica o pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa (Propesq) da UNIR, professor Artur Moret, é valorizar pesquisadores que possuam clara participação em atividades de desenvolvimento tecnológico e extensão inovadora, associadas a uma prática regular e adequada de publicação científica dos resultados de seus trabalhos.Para ele, o aumento no número de pesquisadores PQ na UNIR"indica a qualidade e a eficiência desses docentes no processo de produção do conhecimento e na formação de recursos humanos de qualidade”.
Os docentes Wanderley Rodrigues Bastos, Alexandre de Almeida e Silva e Estevão Rafael Fernandes foram selecionados com projetos de pesquisa vinculados à UNIR. Já os pesquisadores Juliana Pavan Zuliani e Leonardo de Azevedo Calderon, que também são professores na UNIR e desenvolvem pesquisas em parceria com outras instituições, estão vinculados à Fiocruz como instituição executora dos estudos.E as professoras Heloisa Helena Siqueira Correia e Carolina Rodrigues da Costa Doria foram selecionadas em editais anteriores, de 2019 e 2020. Confira abaixo os detalhes dos projetos vigentes.
Pesquisador |
Área |
Título da pesquisa |
Instituição executora |
Cat./ Nível |
Alexandre de Almeida e Silva |
Biologia Geral,Parasitologia, Entomologia e Malacologia de Parasitos e Vetores |
Avaliação de estações de isca tóxica açucarada associadas à estação disseminadora de piriproxifeno como ferramenta para controle de Aedes aegypti. |
UNIR |
PQ-2 |
Estevão Rafael Fernandes |
Antropologia |
Jovens Indígenas LGBTI+ no Brasil: formas de organização, mobilização e visibilidade |
UNIR |
PQ-2 |
Juliana Pavan Zuliani* |
Imunologia celular |
Papel da L-aminoácido oxidase (LAAO) isolada do veneno de Calloselasmarhodostoma sobre a ativação do complexo inflamassoma NLRP3 em neutrófilos humanos |
Fiocruz-RO – em Parceria com PGBioexp |
PQ-1C |
Leonardo de Azevedo Calderon |
Biotecnologia |
Aplicação de protocolo de inteligência artificial no desenvolvimento racional de drogas leishmanicidas |
Fiocruz-RO |
PQ-2 |
Heloisa Helena Siqueira Correia** |
Literatura Comparada |
UNIR |
PQ-2 |
|
Carolina Rodrigues da Costa Doria** |
Recursos Pesqueiros de Águas Interiores |
Indicadores ecossistêmicos e de estoques pesqueiros com dados limitados de pescarias de pequena escala na Amazônia |
UNIR |
PQ-2 |
* Pesquisadores que tiveram bolsas renovadas.
** Pesquisadoras com bolsas em vigência até 2023 e 2024, respectivamente.
Entomologia–O professor Alexandre de Almeida e Silva, doutor em Entomologia, aprovou um projeto para desenvolvimento de ferramenta alternativa para controle do mosquito Aedes aegypti(transmissor de doenças como a dengue, febre amarela urbana, zika e Chikungunya) que poderá ser usada junto a outros métodos tradicionais de controle de mosquitos. A pesquisa, quejá está em andamento e envolve estudantes de doutorado, mestrado e iniciação científica, termina em 2024, mas a estratégia seguirá como linha de pesquisa noLaboratório de Bioecologia de Insetos (LaBeIn/UNIR).Para ele,aaprovação é “um reconhecimento pelo trabalho do pesquisador que envolve, além da produção científica, a contribuição na formação de pessoal qualificado através da pós-graduação”, entre outras colaborações científicas nacionais e internacionais.
Antropologia–A pesquisa do professor Estevão Rafael Fernandes aborda o temaqueer indígena das Américas, um assunto ao qual ele tem se dedicado há quase 10 anos, desde o seu doutorado em Ciências Sociais(UNB, 2015). Para ele, a bolsa tem um valor simbólico de reconhecimento e estimula os pesquisadores a continuarem os estudos, principalmente na sua área de atuação.“Não só somos poucos bolsistas de Antropologia no Norte e de Humanas em Rondônia, mas nossa Universidade possui poucas dessas bolsas. Trazer mais uma PQ para a UNIR foi uma vitória que não é só minha. A ideia agora é tentar usar essa conquista não apenas como estímulo para minha pesquisa, mas para quem quer fazer ciências sociais no estado. É importante a gente ter esse tipo de respaldo, atestando como as pesquisas que fazemos em regiões como as nossas importam e impactam, nacional e internacionalmente”, comentou.
Ciências Ambientais - Poluição ambiental na Amazôniaé a temática pesquisada pelo professor Wanderley Bastos, que é bolsista de produtividade no CNPq desde 2008. Inicialmente, há mais de 30 anos,os trabalhos abordavam acontaminação por mercúrio e sua chegada à população ribeirinha, e agora o grupo de pesquisa estuda também outros poluentes. O objetivo é compreender a disponibilidade e a dinâmica biogeoquímica (circulação) dos principais poluentes (elementos traço, organo-metálicos, microbiológicos, entre outros) nos ecossistemas aquáticos e a distribuição do material particulado atmosférico na Amazônia Ocidental, e avaliar os potenciais efeitos dessa poluição à saúde. Ele também destaca a importância do reconhecimento afirmando que ser pesquisador PQ-CNPq “nos dá destaque no cenário científico nacional e internacional, sobretudo por não ser fácil disputar com cientistas dos grandes centros do país, evidenciando assim a região Norte. Precisamos investir mais na produção científica para que novos pesquisadores conquistem e os que já conquistaram, as mantenham”.
Imunologia–No projeto de pesquisa da professora Juliana Pavan Zuliani, que é bolsista PQ-CNPq desde 2006,estudam-seos mecanismos pró-inflamatórios de venenos e toxinas isoladas de venenos animais e secreções de anuros (anfíbios carnívoros, incluindo sapos, rãs e pererecas) e mecanismos anti-inflamatórios de produtos naturais.A professora trabalha o tema desde 2014 econta atualmente com cerca de 20 alunos-orientandos que possuem projetos correlacionados. Dessa forma, o grupo coordenado pela pesquisadora contribui com a produção e socialização de conhecimento sobre o processo inflamatório em vítimas de envenenamento por serpentes.A pesquisa é realizada em parceria com a Fiocruz-RO, por meio do Programa de Pós-Graduação em Biologia Experimental (PGBIOEXP/UNIR).
Biotecnologia –O professor Leonardo de Azevedo Calderón conduz uma pesquisa que utiliza inteligência artificial para analisar possíveis remédios para Leishmaniose e outras doenças. Seu novo projeto aprovado pelo CNPq é a evolução dessa linha de desenvolvimento de bioativos contra doenças negligenciadas com o auxílio de novas tecnologias. “Oobjetivo do estudo é implementar um sistema computacional capaz de selecionar moléculas que possuam capacidade de inibir/bloquear um alvo validado, podendo ser uma enzima ou um receptor importante para a sobrevivência de qualquer organismo infeccioso ou doença degenerativa em um prazo muito curto de tempo. Nossa visão de futuro é sermos capazes de sair da ideação de uma solução para uma nova terapia até a síntese do primeiro protótipo em menos de um ano”, explica.
Esse projeto foi aprovado em duas modalidades, PQ e DT (Produtividade em Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora), e ele irá optar pela segunda, pois pretendese dedicar ao desenvolvimento de soluções tecnológicas para saúde humana. A aprovação, para ele, “é uma enorme satisfação, pois como pesquisadores, somos submetidos a uma avaliação por pares muito ampla e exigente. Funciona como um indicativo de que estamos no caminho certo, além do reconhecimento do esforço empreendido ao longo dos anos. Ademais, impacta positivamente na avaliação dos programas de pós graduação ao qual fazemos parte, além de contar pontos na avaliação de projetos de fomento”.
O que é um Pesquisador PQ
A bolsa de Produtividade em Pesquisa (PQ) é uma das diversas modalidades de bolsas concedidas anualmente pelo CNPq a pesquisadores de universidades, institutos de pesquisa e centros tecnológicos de formação e pesquisa. Ela é concedida a pesquisadores de todas as áreas do conhecimento, que se destacam entre seus pares, como forma de valorizar seus trabalhos e a produção científica.Entre os critérios para a concessão da bolsa estão a produção científica do pesquisador, a sua participação na formação de recursos humanos e a efetiva contribuição para a área de pesquisa em que atua.
Essa modalidade de bolsa é dividida em níveis: 1A, 1B, 1C, 1D e 2. Para se candidatarem, os pesquisadores precisam ter, no mínimo, oito anos de conclusão do doutorado para a categoria Pesquisador 1 e três anos de conclusão do doutorado para a categoria Pesqu
Fonte: https://www.unir.br/index.php?pag=noticias&id=29786